Oxalá você fosse a mulher da minha vida.
Oxalá, você visse o lance do guarda-redes espanhol Casilhas com a sua namorada e, de comoção, chorasse.
Não porque acreditasse que ali existiria um amor eterno, uma relação sólida ou até mesmo uma cumplicidade especial entre os dois mas, simplesmente, porque, naquele instante, naquele pequeno grande instante, nada mais interessou e, saíram os preconceitos, saíram as noções do espaço social onde estavam inseridos, aí, caiu o “social” o “normal” o “tem de ser” – tudo isso se relativizou, ou se realizou à sua verdadeira importância, à passagem desse grande pasmo amoroso.
Dirão agora os seguidores de Schopenhauer que, nesse instante, tudo não passaria de vontade de preservação da espécie? Pura orientação biológica? Que aquele seria o fim a que se destinaria?
Como estariam enganados.
Oxalá você já tivesse lido Schopenhauer.
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